domingo, 26 de setembro de 2021

☆A dor necessária na dança☆ - Arthur Martins Filho

☆A dor necessária na dança☆

(QUANDO SAÍ DA CIA DE DANÇA)

▪Meados do ano de 2007▪

O tempo passou!

E na Cia de dança  foram uma grande seqüência de momentos brilhantes e emocionantes.

Éramos sempre muito elogiados em qualquer lugar que íamos dançar.

Só que em meio a tantos elogios, isso nunca me subiu à cabeça, nunca me passou pela cabeça de dançar por exibição ou achar mais ou menos do que ninguém, mas gostava tanto do grupo que era como se fosse uma segunda família mesmo, e achava que nunca sairia de lá.


Eu estava sempre pronto para ajudar no que fosse preciso e repetia os passos quantas vezes fossem necessários.


Só não gostava de fazer passos aéreos, meu professor dizia que eu tinha excesso de leveza, dizia  que neste ponto eu era um mestre mas que precisa equilibrar e buscar o que faltava a força do elemento terra, meu aspecto do signo de aquário aparecia gritantemente.


Eu tinha muita dificuldade para aprender um passo do samba de gafieira chamado trança, e para conseguir aprender e me nivelar à  turma eu precisava correr atrás e para isso eu chegava nos ensaios bem cedo e a Ana Carolina me ajudava; além de dançarina ela  também era bailarina, por isso tinha uma consciência corporal extraordinária, e em pouco tempo eu consegui pegar o passo, que parecia ser impossível à primeira vista.

Depois disso paralelamente eu fiz dois anos de ballet clássico, mas acabei desistindo, hoje me arrependo pois o ballet é uma base maravilhosa para qualquer tipo de dança.

 


Eu mal acreditava que estava fazendo o passo!


"Mas aí aconteceu o inesperado"


Um certo dia em nossos ensaios, fazia muito calor e as salas tinham pouca ventilação e aos sábados ensaiavamos 6 horas, em um certo momento quase não tínhamos força para dançar, e a turma foi parando pra descansar; uns sentaram no chão inclusive eu, outros saíram pra beber água.


E o professor quando entrou na sala e viu todo mundo parado.

 Foi extremamente grosso e xingou todo mundo e descomedido disse  um monte de desagrados e palavrões, saiu literalmente  de si mesmo.


Sinceramente, eu não achava que era pra tanto assim, e que não havíamos feito nada.

 É  que, ao ver aquela cena e presenciar aquela atitude.


Eu disse pra mim mesmo, aqui eu não volto mais.

"Pois algo me dizia que aquilo não tinha nada haver com a minha essência mais profunda"


Passaram algumas semanas e o professor passou a me  ligar, pedindo desculpas por algo daquele momento e me pedia pra voltar.



Eu até queria, mas no fundo sentia que havia perdido o encanto.



Então eu saí da companhia mesmo com muita dor no coração.

"Se algo tem de alguma forma terminar, existe o momento certo"

"Mas aí , veio um novo ciclo em minha vida"

Mas naquele ano eu comecei a ministrar minhas aulas e me encontrei como professor de dança.

"Comecei a dar aulas em vários lugares"



No ano de 2010 fiz uma apresentação maravilhosa com meus alunos: 
A primeira apresentação da Cia Arthur Martins Filho.



Após a emocionante apresentação, fomos todos comemorar com muita pizza na padaria Boulevard no bairro da Vila Formosa- São Paulo.

No ano de 2009 - Apresentamos no espetáculo- Dançar para um mundo melhor - As artes reunidas em prol de um mundo melhor.
Realização: Arthur Martins Filho.

https://youtu.be/Jj2xt9zQ2cI

No ano de 2011- Montei o espaço de dança Arthur Martins Filho no bairro da Vila Ema - São Paulo.

No ano de 2018 - Espetáculo Somos todos um Sol.

https://youtu.be/aJyS1NhbyEA
☆Sem dor não há evolução☆
☆Fim☆

Arthur Martins Filho poeta da dança

4 comentários:

  1. Gratidão por compartilhar conosco essa linda trajetória Arthur! Ajuda a muitos a acreditarem que é possível. Basta ter foco e muita disposição! Eu mesmo aos meus quase 56 anos pretendo, assim que me sentir confiante dentro do quadro que nosso país está passando, irei procurar fazer aula de dança. Amo dança. Em São Paulo era frequentadora assídua da Centro Cultural São Paulo e não perdia os espetáculos "o feminino na dança" e "o masculino na dança"! Dançar é ser expressar pelo corpo! É poetizar com pernas e braços! Gratidão amigo! Siga sua jornada na dança!

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  2. Arthur Martins Filho Seu relato emociona e ensina.
    O professor precisa, antes de tudo ter empatia,conquistar seus alunos,isto em qualquer esfera da profissão.
    Como diz Rubem Alves "escola não pode ser gaiola"
    Pena que saiu,pois poderia, com a sabedoria que lhe é peculiar dar uma lição gratuita a este Senhor.
    Amo a dança,mesmo sem muita chance de praticar esta arte maravilhosa.
    Obrigada pela linda partilha e siga espalhando sua arte pelo mundo, em tantos talentos de que é detentor.
    Aplausos 👏👏👏
    Suely Sette

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  3. Linda história Arthur!! Nossa vida é mesmo cheia de recomeços... encerramento de ciclos e novos inícios! O que às vezes vemos como algo negativo, no futuro nos traz um entendimento, e com certeza, dias melhores!!

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