As aventuras de Zezinho Augusto
México, 07 de Maio de 2022 - Sábado
Enia Victoria
*Meu diário*
Acordei cedo hoje.
Estou um pouco ansiosa, lembrei um pouco da minha infância triste.
Me lembro de poucas coisas; mas, eu tinha cinco anos de idade e meus pais morreram naquele naufrágio, e eu fui a única sobrevivente. E Maria me amparou junto a seu esposo João, meu painho me receberam com muito amor, me criando e me dando educação.
Tive uma educação refinada com base na fraternidade. Aprendi a falar inglês e espanhol.
Eramos uma linda família, um tempo depois tiveram um filho. E mainha escolheu o nome de José Augusto.
E foi uma alegria só.
Finalmente eu havia ganhado um irmãozinho.
Lembro que ajudei por muitas vezes mainha trocar suas fraldinhas.
O tempo passou.
Como por exemplo: um amor indescritível pela dança; uma necessidade de se expressar através da poesia, seja ela de forma oral ou em grafia. Percebemos que gostamos das mesmas músicas, em especial de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Raul Seixas, Dorival Caymmi e também gostavamos dos mesmos escritores Jorge Amado, João Ubaldo Osório e Castro Alves.
E, também, por incrível que pareça, gostamos e acompanhamos os poemas e os trabalhos do poeta lírico e escritor; paulistano Arthur Martins Filho.
Tenho alguns livros dele. Esse aqui.
Por exemplo que está na cabeceira da minha cama é o livro: O valor da vida.
Soube pelo jornal diário e pelo Zezinho que acompanha o programa Dançando a poesia.
Que dia 21 de Maio o meu escritor predileto irá realizar um grande almoço de confraternização.
Nessa ocasião estarei ainda no Brasil.
Vou ver se consigo ir pra São Paulo, levarei mainha e Zezinho Augusto comigo.
Graças ao esforço de minha mainha e painho, eu tive a felicidade de estudar num Colégio de freiras. E quando fiz 18 anos, ganhei uma bolsa de estudos para estudar e trabalhar em um jornal na cidade do México. Passado 2 anos meu painho João morreu, de morte natural e meu irmão Zezinho Augusto já grandinho, passou a cuidar de mainha. E agora tudo isso me vem à cabeça como um filme.
Estou tão emocionada ao lembrar de tudo isso, que as lágrimas caem descompassadamente.
E hoje à tardinha pegarei o vôo, precisamente às 16h no Aeroporto Internacional Benito Juárez,aqui no México, e à meia noite desembarcarei no aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães em Salvador- Brasil.
E, finalmente, depois de tanto tempo longe, matarei a saudade de mainha e de meu irmão Zezinho Augusto.
Sinto minha alma e o coração palpitar pela possibilidade de me conectar às minhas raízes.
Quero matar a saudadesl de lutar capoeira.
Eu e Zezinho aprendemos a lutar capoeira com nosso voinho Mestre Joaquim.
E tanto eu como ele vemos a capoeira como patrimônio cultural da Bahia e também como arte e dança.
Parece que posso até ouvir o som do berimbau esse maravilhoso instrumento de origem angolano e tradicional da Bahia. Irei rever a Ana Morita, que por muito tempo nos acompanhou e nos instruiu.
E hoje mora no Japão.
Já posso até imaginar a ilha de Itaparica.
Que saudades desse lugar realmente a Bahia tem lugares inspiradores e Itaparica é uma ilha linda e que na língua tupi significa cerca de pedras. Quero junto a mainha visitar a tia Tieta que mora na vila de Itaparica e eu adoro a cultura e a simplicidade dos habitantes da beira do mangue e também aprecio toda a arquitetura e a alta sofisticação dos hotéis internacionais.
Vale a pena viajar de transporte fluvial por 14 quilômetros de Salvador para se chegar nesse paraíso.
Como definiu bem os índios tupinambás; o que vemos é uma verdadeira cerca de pedras.
Tudo é muito lindo.
Em Itaparica quero beber água da fonte da vida e, assim me harmonizar com a natureza. Ah! Meu Deus que sensação maravilhosa é essa que percorre meu corpo e meu pensamento.
Quero ver se consigo ir até Pernambuco para ver Ruth Paes, a madrinha de meu irmão.
Tô levando presentes pra mainha e para meu irmão. Os amo muito, quero agradecer muito a Deus pela oportunidade de passar o dia das mães ao lado deles.
Agora vou correr com as coisas aqui.
Preparar o almoço e arrumar as malas.
Assinado: Enia Victoria
▪Por Arthur Martins Filho
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♡As aventuras de Zezinho Augusto.
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