Brasil, 08 de Maio de 2022
"Dia das mães"
Meu retorno ao Brasil
Meu diário
Enia Victoria
Correu tudo bem na viagem do México ao Brasil.
Quando o avião estava sobrevoando Salvador.
Dá janela do avião eu vi a beleza da minha terra.
Estou apreensiva; com os batimentos cardíacos acelerados aí meu Deus.
Rezei tanto para chegar esse dia.
Desembarquei no horário previsto.
Mainha não sabe que irei chegar hoje.
Pedi ao meu irmãozinho Zezinho, que guardasse segredo.
Ao sair do aeroporto havia um táxi parado e eu reconheci o motorista.
Que era Eduardo.
Sua barba e seus cabelos enbranqueceram.
Ele é um velho conhecido da nossa família.
Ele me disse que eu havia mudado muito e quase não havia me reconhecido.
Disse que eu estava com um sotaque diferente, meio castelhano.
Ao chegar em casa Eduardo retirou as malas do porta malas e colocou bem em frente do portão. E ficou aguardando até que alguém viesse abrir o portão.
Toquei a campanha e Zezinho veio correndo, pulou em cima de mim me deu logo um cheiro, um beijo e um abraço. Tofi veio latindo e quase me derrubou na varanda.
De longe ouvi os grilos cantarem.
Não tinha ninguém na rua.
Agradeci ao Eduardo, e entrei pra dentro de casa com o Zezinho.
Zezinho tu tá grandão, tá um homem feito.
E tu minha irmã, tá bronzeada, engordou, tá bonitona.
Mainha estava deitada no sofá enrolada numa fina coberta, assistindo o Altas horas.
Quando me viu ela deu um sobressalto e gritou: meu nosso Senhor do Bonfim.
Me agarrou, me beijou, apertou minhas bochechas, e nós duas ficamos ali abraçadas e até choramos de alegria.
_Filha minha...
_Mainha...
Zezinho se aproximou e ficamos os três abraçados sem dizer uma palavra, só havia o som dos soluços, de tanto que choravamos.
Dormimos os três na cama de mainha.
Ao nascer do sol, o galo cantou.
Tofi abanava o rabo e veio me lamber.
Mainha estava a todo tempo sorridente.
Me disse:
_Filha, bote aquele chinelinho de dedo pra mode você ficar confortável.
Tome um banho.
Pegue ali na gaveta do quarto aquele paninho que você gostava de cheirar, mainha guarda com tanto carinho.
_Filha, me conta tudo sobre como foram as coisas lá no México.
E eu disse pra ela:
_Mainha hoje a senhora não irá fazer nada.
"Hoje é dia das mães"
Sente aí mãe!!
Tô louca pra tomar o cafezinho de Zezinho.
Ele faz um café bom demais da gota serena.
Que saudade de falar com meu sotaque nordestino que eu tanto amo.
Eu e Zezinho fomos até o mercadinho São Tomé e fizemos umas comprinhas; pegamos, batatas, maionese, azeitonas e umas cervejinhas bem geladas para comemorarmos.
A tia Tieta veio pro almoço e foi uma alegria vê-la.
Depois chegaram Vaguinho, Vandinho e Janete.
Ruth ligou e ficou um tempão conversando comigo.
Na parede da sala havia um quadro de mim ainda pequena com o Zezinho Augusto no meu colo e painho de chapéu na cabeça; e em uma de suas mãos um charuto e mainha estava com um vestido azul. Sentei no sofá peguei a mala de presentes, o Zezinho já pegou logo o chapéu panamá, botou na cabeça e me beijou.
Dei pra mainha vestidos, pulseiras, brincos, turbantes, perfumes, colares, touca de banho, touca de dormir, batons, mayo,enfim, trouxe muitas coisas para mainha.
Mainha estava tão feliz eu via a alegria em sua face e em seu sorriso moreno.
Ficou sentada o tempo todo no sofá e não conteve-se; levantou e foi até a cozinha e passou a tarde fazendo doces: quindim, Iaiá, beiju, arroz doce, torta búlgara e mugunzá.
Eu fiquei por um tempo em pé na porta da cozinha só olhando para ela.
Ah! meu Deus obrigado por tudo.
"Mãe, vamos pra praia a tardinha"
Mainha disse:
_Sim filha, antes vamos nos reunir e fazer uma oração pra agradecer.
E assim foi o dia das mães.
O dia mais feliz da minha vida.
Assinado: Enia Victoria
Por Arthur Martins Filho
Parabéns escritor ,vc retratou muito bem o nosso povo simples.
ResponderExcluirZezinho família linda ! Curta sua mana e mainha. Boas para elas ,e para vc Zezinho menino (atroiado) um cheiro de sua amiga Yrma 💏
*bjss
ResponderExcluir* bjss
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